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Colóquios do IF-UFF

Na próxima quarta-feira, 18/04/2011, às 15:45 h, no  Auditório Milton Santos (Instituto de Geociências), haverá um colóquio ministrado pelo Prof. Dr. Alaor Silverio Chaves, da UFMG. O título e resumo da apresentação seguem abaixo. Notem, por favor, que o horáio do início do evento foi alterado para às 15:45 h.

Título: ORIGEM BIOLÓGICA DO ALTRUÍSMO

Resumo: Desde Darwin, o altruísmo foi considerado um paradoxo. De fato, ao realizar um ato altruísta o espécime (organismo), pelo menos aparentemente, faz um sacrifício que reduz seu sucesso reprodutivo. Darwin considerou especialmente incompreensível o altruísmo dos insetos eusociais (formigas, abelhas, vespas, cupins) em que na colônia há uma única mãe, a rainha, cujos(as) filhos(as) são cuidados pelas operárias, todas estéreis. O paradoxo desafiou todas as mentes por mais de um século, e as explicações aventadas não resistiram análise mais profunda. Nas últimas décadas, o altruísmo tem sido cada vez melhor entendido do ponto de vista da teoria darwiniana. Sua compreensão requereu o reconhecimento de duas formas de altruísmo, que evoluíram por mecanismos distintos: o altruísmo de parentes e o altruísmo recíproco. Para se entender o altruísmo de parentes foi necessária uma revolução da qual resultou uma nova teoria da evolução centrada nos genes. Os genes, não os organismos, grupos ou espécies, são as entidades selecionadas. A nova teoria, que surgiu nos anos 1960, revelou-se capaz não só de explicar o altruísmo das operárias, mas também fez novas predições que vêm sendo gradualmente confirmadas. Aplica-se com sucesso também a outros tipos de animais. O altruísmo recíproco (simbolizado pelo “eu te coço e tu me coças” observado nos animais sociais), do qual resulta boa parte da moralidade humana, na verdade é um pseudoaltruísmo. Com o uso da teoria matemática dos jogos, foi possível mostrar que o altruísmo recíproco evolui naturalmente em animais sociais. De fato, ele é uma espécie de troca em que estatisticamente os organismos altruístas aumentam o seu sucesso reprodutivo e assim passam adiante cópias numerosas dos genes que propiciam a colaboração.